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terça-feira, 27 de novembro de 2012

Maria é uma deusa pagã?


O protestante Ralph Woodrow(1) sustentou que Maria era uma deusa pagã e escreveu um livro muito popular ligando o Catolicismo ao paganismo, baseando-se em um livro escrito em 1857 por Alexander Hislop chamado “As Duas Babilônias”. Depois que a seriedade das pesquisas de Hislop foi questionada, Woodrow resolveu pesquisar o assunto por conta própria… E ficou boquiaberto ao descobrir que as pesquisas de Hislop, se não escandalosas, foram no mínimo falhas. Dessa forma, tirou de circulação seu primeiro livro e publicou outro em seu lugar chamado “A Conexão Babilônia”. Neste livro, nas páginas 33-38, Woodrow aborda detalhadamente os argumentos de Hislop contrários a Maria. Ele se envergonha dos seus irmãos evangélicos que utilizam este enfoque para condenar a relação existente entre a Igreja Católica e Maria e pede desculpas por ter propagado anteriormente esses pontos de vista. Ele permanece como evangélico, porém já não associa a Igreja Católica com o paganismo.
Problemas oriundos do Sincretismo
Um estudo cuidadoso e honesto dos cultos da(s) deusa(s) pagã(s) revelou que, tirando alguns raros símbolos superficiais (p.ex.: a deusa ser considerada virgem ou mãe), não há nada em comum com a relação católica com Maria. A relação dos católicos com Maria não pode ser comparada à adoração profana e corrompida que era oferecida à(s) deusa(s). A deusa Gaia (=a mãe terra) é um símbolo de tudo o se que opõe ao que cremos sobre Maria. Maria não nos obriga a adorar a terra, nem nos faz exaltar o prazer sexual fora do matrimônio; Maria não permitiria jamais que profanássemos o nome de seu Filho Jesus. Maria não alimenta o culto de outras religiões em detrimento à mensagem de seu Filho. Maria está próxima apenas disto e somente isto: seu Filho Jesus.
“… cada católico romano que conheci vê Maria como uma mulher irrepreensível, uma virgem totalmente dedicada a Deus e à prática das virtudes. Nenhum destes atributos pode ser atribuído à deusa pagã Semíramis. Seu estilo de vida é exatamente o contrário.” (Woodrow, pág. 35).
Os primeiros cristãos, convertidos do paganismo, abandonaram a obscuridade e a superstição de sua antiga fé. Muitos deles se tornaram mártires, entregando suas vidas ao invés de oferecer incenso a uma imagem de César. Nunca adoraram Gaia, Ísis ou Cybele, inclusive sob o aspecto da Mãe de Jesus.
Acusar a Igreja primitiva de ter duvidado da sinceridade de conversão dos pagãos? Estes convertidos eram atirados aos leões por sua fé em Jesus. Por que continuariam a sustentar os seus antigos deuses pagãos? Os cristãos consideravam as deidades pagãs como demônios e a fórmula do batismo exigiam (e continua a exigir) a renúncia a Satanás. Com efeito, para receber o Batismo, os catecúmenos deviam renunciar seus antigos deuses. Como poderiam continuar adorando aos demônios após terem renunciado a eles? E como poderiam identificar a Mãe do Salvador com demônios impostores? Entendo que as pessoas que promovem esta teoria não são práticas, racionais ou sérios em suas investigações.
Maria é uma cristã “renascida”, que recebeu o Espírito Santo em Pentecostes e falou em línguas 2000 anos antes dos pentecostais terem recebido este dom (Atos 1,14-2,3). Ela sabe como orar (sim, inclusive em línguas).
1Ralph Woodrow, The Babylon Connection, (Palm Springs, CA: Ralph Woodrow Evangelistic Association, 1997, pág. 34). De qualquer forma, “A Conexão Babilônia” é, em sua maior parte, uma sonora refutação às acusações de “paganismo” que se tem levantado contra a Igreja Católica. Os parágrafos citados aqui são uns bons exemplos disso.
Coliridianos?
Assim era denominada uma pequena seita do século IV na Arábia. Composta majoritariamente por mulheres que abertamente adoravam a bem-aventurada Virgem, oferecia-lhe refeições durante suas cerimônias religiosas. Alguns observam que este é um exemplo de antigos pagãos adorando Maria como “deusa”.
Ora, os coliridianos não eram católicos, mas uma religião sincrética que, da mesma forma que os gnósticos e outros grupos daquele tempo, mesclava práticas de várias tradições religiosas. Eram hereges: tomaram a figura de Maria do Catolicismo e lhe ofereciam sacrifícios (a respeito dos sacrifícios oferecidos a algumas deusas pagãs, ver Jeremias 44,18-19). Foi uma rara mesclagem de crenças contraditórias e foi, de fato, condenado pela Igreja Católica. Só viemos a conhecer da existência desta pequena seita porque Santo Epifânio, um dos Padres da Igreja, os condenou em um de seus escritos chamado “Panarion”.
Mãe de Deus?
Recebi um e-mail dizendo: “Maria necessitava de um salvador”. Os católicos concordam que Maria necessitava de um Salvador. Ela foi salva por seu Filho e, ao mesmo tempo, foi sua mãe:
“Minha alma glorifica ao Senhor”,
E meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador,
Porque olhou para a baixeza de sua escrava
Por isso, todas as gerações me chamarão bem-aventurada “(Lucas 1,46-49)”.
Maria necessitava de um Salvador E todas as gerações a chamarão bem-aventurada.
Alguns evangélicos entendem que Maria é uma “deusa católica” em razão do título mariano “Mãe de Deus” (2). Em razão disto, pensam que os católicos a chamam desta forma porque crêem que deu a Jesus sua divindade.
Jesus nasceu de Maria para se fazer homem. Se ela fosse um ser divino, como teria ele, Jesus, derivado sua natureza humana a partir dela, Maria?
A maioria dos cristãos diria que é impossível separar a divindade de Jesus de sua humanidade. Ele é, ao mesmo tempo, totalmente Deus e totalmente homem. Há uma união inseparável destas duas naturezas de Deus e Homem em Jesus Cristo. Chamamos Maria de “Mãe de Deus” porque Jesus é Deus e ela é sua mãe. Já que as duas naturezas de Jesus (divina e humana) são inseparáveis, os católicos crêem que é apropriado chamar Maria de Mãe de Deus. Isabel disse: “Quem sou eu para que a Mãe do meu Senhor venha me visitar?” (Lucas 1,43). Logo, este não é um título pagão, mas sim um título bíblico.
Transcrevo aqui o que Martinho Lutero, fundador da Reforma [Protestante], disse a respeito do título mariano “Mãe de Deus”:
“São Paulo disse: ‘Deus enviou seu Filho, nascido de mulher’. Estas palavras, que tenho por verdadeiras, realmente sustentam com toda firmeza que Maria é Mãe de Deus” (Martinho Lutero, Obras de Martinho Lutero, volume sete, pág. 592).
“Este artigo de fé – que Maria é a Mãe de Deus – está presente na Igreja desde os seus primórdios e não é uma nova criação oriundo de concílio, mas a apresentação feita pelo Evangelho e as Escrituras” (Martinho Lutero, Obras de Martinho Lutero, volume sete, pág. 572).
“É certo que Maria é a Mãe do real e verdadeiro Deus” (Martinho Lutero, Obras de Martinho Lutero, volume 24, pág. 107).
“…ela é corretamente chamada não apenas mãe do homem, mas também Mãe de Deus… é certo que Maria é a Mãe do real e verdadeiro Deus” (Martinho Lutero, Sermão sobre João 14,16: Obras de Martinho Lutero, volume 24, p. 107 – St. Louis, Pelican, Concordia).
2Este título foi usado pelos cristãos desde cedo.
Maria é a deusa pagã Ishtar?
A declaração de “Rainha do Universo” feita pela Lúmen Gentium (constituição católica de 1964) provocou que certas pessoas pensassem que a Igreja Católica estava colocando Maria como cabeça do céu. Eles fizeram observar que “Rainha do Céu” foi um título atribuído à deusa Ishtar, por seus devotos na Babilônia (Jeremias 44,18-19). Inclusive chegaram a propagar que de algum modo isto prova que Maria e Ishtar são a mesma pessoa e que os católicos na verdade adoram Ishtar quando honram Maria.
Primeiramente, vamos ver a citação da Escritura que é usada contra a Igreja Católica nesta matéria:
“Por acaso não vês o que eles fazem nas cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém? Os filhos recolhem lenha, os pais acendem o fogo, as mulheres amassam a pasta para fazer bolos para a Rainha do Céu e se derramam libações a outros deuses a fim de ofender-me” (Jeremias 7,17-18).
Ora, jamais a Igreja Católica ofereceu refeições (ou qualquer outro sacrifício a Maria). A passagem, ademais, diz: “e se derramam libações a outros deuses”. Os católicos nunca apresentaram qualquer oferenda a outro que não seja o único Deus verdadeiro descrito na Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo).
O propósito com que foi dado [tal título] a Maria encontra-se delineado na Escritura: “Minha alma glorifica ao Senhor e meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador” (Lucas 1,46).
Muitos reis de diferentes nações são chamados “Sua Majestade” por seus súditos, porém isso não prova que todos eles são a mesma pessoa! Numerosos foram os pagãos que chamavam seus deuses de “Pai”, como Zeus (“Pai dos deuses e dos homens”) e Odin (“Pai de todos”). No entanto, isto não significa que Zeus e Odin possam ser confundidos com Deus Pai.
Eu me chamo David. Existiu muitos assassinos chamados David e também magníficos líderes chamados David. Obviamente que não sou nenhum deles; eu sou eu. E Maria, a Mãe de Jesus é Maria, Mãe de Jesus.
Talvez seja compreensível que os evangélicos tenham se alarmado com a declaração de Maria como “Rainha”, dado o contexto cultural desta geração. Vivemos um momento em que a Rainha da Inglaterra é a autoridade máxima de Commonwealth. Não há um rei. É ela quem manda, ela é o centro; todos nós falamos sobre a rainha e cantamos “Deus salve a rainha”. Desta forma, é natural que nosso entendimento contemporâneo quanto à rainha é que se trata de alguém com autoridade máxima. Porém, o que ocorre com a rainha quando existe um rei? Quem detém a autoridade? Na lei de Commonwealth, quando há um rei a rainha não possui nenhuma espécie de autoridade, a não ser o direito de sussurrar no ouvido do rei para influenciar alguma decisão.
JESUS É O REI. Ele é. Maria é a Rainha; significa que ela não possui qualquer autoridade senão a de que pode sussurrar-lhe ao ouvido (João 3,3). Deste modo, não creio que chamar Maria de “Rainha do Universo” diminui a autoridade do Rei Jesus. Na verdade, a reforça. Que Rei respeitável não possui uma rainha?
Os católicos sustentam com as Escrituras o reinado de Maria. Apocalipse 11,19 diz:
“Então o templo de Deus no céu se abriu e a Arca da Aliança foi vista em seu templo… um grande sinal apareceu no céu: uma mulher revestida do sol, com a lua sob os pés e uma coroa de doze estrelas sobre sua cabeça. Ela estava grávida… e deu à luz um filho varão que reinará sobre todas as nações com cetro de ferro… Porém, o filho foi elevado até Deus e até seu trono…”.
Esta passagem apresenta Jesus como Rei. E também apresenta sua Mãe portando uma coroa no Céu. Os católicos percebem que a Escritura é muito clara.
Lúmen Gentium
Apresento aqui alguns parágrafos da Lúmen Gentium, documento oficial da Igreja redigido no Concílio Vaticano II, que é freqüentemente citado pelos evangélicos quando tratam do título “Rainha do Céu”. Penso que a Lúmen Gentium claramente afirma a autoridade de Jesus sobre o céu e a terra:
60. “Um só é nosso Mediador segundo as palavras do Apóstolo: ‘Há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem; ele também se entregou para resgatar a todos’ (1Timóteo 2,5-6). Porém a missão maternal de Maria diante dos homens de nenhuma forma obscurece nem diminui esta mediação única de Cristo; pelo contrário, melhor demonstra seu poder. Porque todo o influxo salvífico da bem-aventurada Virgem em favor dos homens não nasce de nenhuma lei, mas sim do divino beneplácito, provém da superabundância dos méritos de Cristo, se apóia em sua mediação, dela depende totalmente e da mesma retira todo o seu poder e, longe de impedi-la, fomenta a união imediata dos crentes em Cristo”.
62. … Porque nenhuma criatura pode se comparar jamais com o Verbo Encarnado, nosso Redentor; porém, assim como o sacerdócio de Cristo é participado de diversas maneiras, tanto pelos ministros como pelo povo fiel, e assim como a bondade única de Deus se difunde realmente de formas distintas nas criaturas, assim também a mediação do Redentor não exclui, mas suscita em suas criaturas uma múltipla cooperação que participa da única fonte. A Igreja não duvida em professar esta missão subordinada de Maria, a experimenta continuamente e a recomenda ao coração dos fiéis para que, apoiados nesta proteção maternal, se unam mais intimamente ao Mediador e Salvador”.

66. … Segundo as palavras proféticas dela mesma: ‘Daqui por diante todas as gerações me chamarão feliz, porque o Todo-Poderoso fez em mim grandes coisas’ (cf. Lucas 1,48-49)… enquanto se honra a Mãe, o Filho – em razão do qual foram criadas todas as coisas (cf. Colossenses 1,15-16) e em quem o Pai quis que residisse toda plenitude (cf. Colossenses 1,19) – seja mais bem conhecido, seja amado, seja glorificado e sejam cumpridos os seus mandamentos”.
67. “… Assim mesmo, exorta encarecidamente aos teólogos e aos pregadores da Palavra divina, que se abstenham com cuidado, tanto de todo falso exagero, como também de uma excessiva estreiteza de
Espírito, ao considerar a singular dignidade da Mãe de Deus (3). Cultivando o estudo das Sagradas Escrituras, dos Santos Padres e doutores e das liturgias da Igreja, sob a direção do Magistério, ilustrem retamente os dons e privilégios da Santíssima Virgem, que sempre se referem a Cristo, origem de toda verdade, santidade e piedade”.
3 Cfr. Pius XII, Nunius radioph., 24 oct. 1954: AAS 46 (1954) p. 679. Litt. Encycl. Ad coeli Reginam, 11 oct. 1954: AAS 46 (1954) pág. 637.

Estátuas da Mãe e do Menino
Alguns sustentam que as imagens de Maria com o Menino Jesus nos braços foram inspiradas em estátuas de Ísis carregando em seus braços Hórus, ou alguma outra deusa carregando seu respectivo filho.
A maternidade é comum a todas as culturas ao redor do mundo; portanto, não é difícil entender porque as imagens que se referem à maternidade sejam parecidas nas diferentes religiões.
Os católicos apresentam Maria com o Menino porque foi isto que ela fez quando Ele era pequenino. A maioria das mães carrega em seus braços os seus filhos e Maria carregou seu Filho quando Ele era pequeno. Isto não a torna uma deusa pagã! Poderíamos culpar qualquer artista plástico ou escultor que fizesse o mesmo, apresentando uma mãe com seu filho – mas isto não seria justo.
“E chegando a casa, encontraram o menino nos braços de Maria, sua Mãe; se prostraram e o adoraram” (Mateus 2,11). Por acaso os magos cometeram idolatria ao reverenciar o Menino nos braços de sua Mãe? Você seria capaz de não adorar a Cristo se o visse nos braços de sua Mãe?
A verdadeira origem da Devoção Mariana
Quando e como começou a devoção mariana? Com o santo anjo Gabriel, quando disse a Maria: “Salve, cheia de graça: o Senhor é contigo” (Lucas 1,27). Quando sua prima Isabel, inspirada pelo Espírito Santo gritou: “Bendita sois entre as mulheres… bendita é porque creste” (Lucas 1,41-45), foi Deus quem inspirou estas primeiras homenagens a Maria! Inclusive, Ele inspira a Maria a proclamar uma profecia sobre si mesma: “De agora em diante, todas as gerações me chamarão bem-aventurada” (Lucas 1,47). Estes são os fundamentos bíblicos para a devoção mariana.
Logo, a relação dos católicos com Maria não tem origem na adoração de deusas pagãs, mas sim nos primeiros cristãos que abandonaram o paganismo e nunca mais adotaram a prática dos pagãos.
Condenação do Vaticano às deusas da Nova Era (New Age)
O Vaticano publicou sua posição em um documento sobre a Nova Era. Este documento fala de como as teorias da Nova Era sobre a mãe-terra (a deusa pagã Gaia ou suas equivalentes) são contrárias à fé católica e à fé de todos os cristãos. Você pode acessar esse documento no site do Vaticano. A seguir, apresento alguns extratos retirados dele, onde trata de Gaia, a mãe-terra.
“O livro” ‘A Hipótese Gaia’, de James Lovelock, declara erroneamente que ‘todos os tipos de matéria viva sobre a terra, desde as baleias até os vírus, desde os carvalhos até as algas podem ser entendidas como uma única entidade vivente, capaz de manipular a atmosfera terrestre para satisfazer às necessidades do todo e dotada com faculdades e poderes que superam aos das partes constituintes’(38). Para alguns, a “Hipótese Gaia” é uma ‘entranha síntese de individualismo e coletivismo. Como tudo o que ocorre e tem a ver com a Nova Era, que tendo conquistado pessoas de diversos fragmentos políticos, não pode esperar empurrá-los para o grande caldeirão da mentalidade global’. O cérebro global precisa de instituições que o regulem; em outras palavras, um governo mundial. ‘Para lidar com os problemas de hoje, a Nova Era sonha com uma aristocracia espiritual, ao estilo da República de Platão, regida por sociedades secretas… ‘(39). Isto pode ser uma afirmação exagerada sobre o caso, porém há muita evidência de que um elitismo gnóstico e um ‘governo global’ coincidem em muitos pontos com a política internacional.
Isto pode ser visto na promoção de um governo mundial desde o início do século XX. A consciência da unidade da humanidade casa perfeitamente com a hipótese Gaia… O pensamento ‘positivo’: a convicção de que as pessoas podem alterar a realidade física ou as circunstâncias externas mudando sua atitude mental, pensando positivo e construtivamente…
O que tem obtido êxito é a generalização da ecologia como uma fascinação pela natureza e a ressacralização da terra, Mãe Terra ou Gaia, com o zelo missionário, característico dos políticos verdes. O gerente da Terra é a raça humana em seu conjunto e a harmonia e o entendimento são requeridos para um governo responsável que é progressivamente entendido como um movimento global apoiado sobre uma estrutura ética. O aquecimento da (Mãe) Terra, cuja divindade se difunde através de toda a criação, é erguido como obstáculo para fechar a brecha entre a criação e o Deus Pai transcendentes judeu-cristão, evitando assim ser entendido como ‘Ser’.
Tal visão de um universo fechado que contém a ‘Deus’ e outros seres espirituais junto de nós, reconhecemos como o reaparecimento implícito do panteísmo. Este é um ponto fundamental que atravessa a prática e o modo de pensar da Nova Era em todas as suas formas, e condiciona qualquer outro aspecto, ainda que positivo, de sua espiritualidade. Como cristãos, cremos que, ao contrário, ‘o homem é essencialmente uma criatura e assim permanecerá por toda a eternidade, de modo que uma ‘absorção’ do humano ‘no divino’ nunca será possível’(31)…
De qualquer maneira, é suficiente esclarecer que a Nova Era compartilha com um grande número de grupos influentes a nível internacional, o objetivo de substituir ou transcender as religiões particulares de modo a criar espaço para uma ‘religião’ universal que poderá unificar a humanidade. Muito relacionado com isto está o esforço orquestrado por muitas instituições para inventar uma ética global, uma estrutura ética que reflita a natureza global da cultura contemporânea, a economia e a política. Mais ainda, a politização das questões ecológicas certamente acrescenta cor à questão total da hipótese Gaia ou adoração da mãe-terra…
… O Santo Padre remarca o grande interesse na espiritualidade que pode ser encontrada hoje no mundo secular e como outras religiões estão respondendo a essas demandas de formas excitantes. O avanço sobre este ponto desafia os cristão com esta frase: ‘Porém nós que recebemos a graça da fé em Cristo, que revela o Pai e o Salvador do mundo, temos o dever de mostrar quão profunda a relação com Cristo pode nos levar’ (nº. 33). A todos aqueles que compram estas propostas religiosas ao redor deste mundo de mercado, o chamado à Cristandade se dará primeiro por intermédio do testemunho dos membros da Igreja, em sua confiança, calma, paciência e carinho, em seu amor concreto ao próximo, todo fruto de sua fé alimentada por uma autêntica oração pessoal”.
[Vemos assim que] a Igreja Católica não quer nada com Gaia, nem com as deusas pagãs adoradas pelos seguidores da Nova Era. [Essas deusas] tampouco têm a ver com Maria, a Mãe de Jesus.
Uma nota pessoal acerca de Maria
Espero não ter causado animosidades com este artigo. Muitos desejariam que tudo acerca de Maria fosse deixado de lado pela Igreja, visando obter uma maior unidade com os demais cristãos. Eu somente desejo ajudar a construir uma ponte entre católicos e protestantes. Não creio que evitar Maria ajudaria a construir essa unidade. A maior parte dos sentimentos mais fechados contra Maria tem surgido dentro do movimento protestante nos últimos 100 anos. Muitos dos pais da Reforma nutriam fortes sentimentos positivos em favor de Maria, inclusive C.S.Lewis, Calvino, Heinrich, Bullinger e John Wesley. Inclusive o próprio Martinho Lutero falou dela em primeira pessoa, dizendo:
“Nenhuma mulher é como tu. Tu és mais que Eva ou Sara, bendita sobre toda nobreza, sabedoria e santidade” (Sermão, Festa da Visitação de 1537).
Alguns cristãos sentem que haveria uma maior unidade dentro da Igreja se todos deixássemos falar de Maria. No entanto, Maria não sairá da minha vida (nem da tua), a menos que se lhe peça. E com toda a franqueza, isso seria como dizer para minha mãe para que se vá e nunca mais pense em mim. Eu fiz isso uma vez com minha mãe biológica e foi muito doloroso para ela. Maria me corrigiu. Maria ficaria imensamente ferida se lhe pedisse para que se vá, porém isso causaria mais dano a mim mesmo. Assim, não posso deixar de lado o que tenho a ver com ela, ao menos em minha própria vida, assim como ocorre na vida de milhões de cristãos que vivem no espírito de Cristo e foram enriquecidos por sua relação com Maria.
Fonte: http://www.davidmacd.com . Tradução: Carlos Martins Nabeto.
Site veritatis splendor

Nossa Senhora da Boa Morte


“Quem teme o Senhor sentir-se-á bem no instante derradeiro, no dia de sua morte será abençoado”.Eclo 1,13
Nossa Senhora da Boa Morte
A devoção à Nossa Senhora da Boa Morte chegou aos cristãos do Ocidente, através da tradição cristã do Oriente, sob o título de “Dormição da Assunta”.
Talvez, esse seja o culto mariano mais antigo, iniciado logo nos primeiros séculos do cristianismo.
A última metade do século V foi marcada pela propagação de uma literatura apócrifa, isto é, escrita na época dos fatos, mas não incluída na Bíblia, sobre a morte e assunção da Virgem; e a construção de uma Basílica para venerar o túmulo da Mãe de Deus, por ordem da imperatriz Eudóxia.
Nossa Senhora da Boa Morte é um dos títulos dados a Nossa Senhora.
A tradição católica evita dizer que Nossa Senhora morreu, substitui morte por “dormitio” (dormição), pois a morte muitas vezes é comparada ao sono na Bíblia:
“Muitos daqueles que dormem no pó da terra, despertarão, uns para a vida eterna, outros para a ignomínia,a infâmia eterna”
Dn 12,2
História
O culto a Nossa Senhora da Boa Morte é uma tradição da Igreja Católica.
No ano de 1661, em Lombo do Atouquia, freguesia de Calheta, Portugal, já existia uma capela de Nossa Senhora da Boa Morte, fundada por Francisco Homem de Couto.
O culto chegou ao Brasil por meio dos portugueses.
A imagem de Nossa Senhora da Boa Morte pode ser venerada em Salvador, Bahia, na igreja da Glória e Saúde.
Existe também na cidade de Santos em São Paulo, uma Confraria de Nossa Senhora da Boa morte, localizada no Convento de Nossa Senhora do Carmo dos carmelitas.
Entretanto, não se deve confundir o título de “Nossa Senhora da Boa Morte”,um dos atributos da Virgem, Mãe do Senhor com o culto sincrético da Boa Morte cuja imagem é um esqueleto e que tem suas raízes nas crenças indígenas dos povos nativos do México.
Esse culto da Boa Morte no México em nenhum momento foi ou é autorizado e aprovado pela Igreja. Trata-se de Sincretismo Típico do México assim como a Umbanda o é no Brasil.
Em relação a Virgem, o título Senhora da Boa Morte está ligado ao final da oração denominada “Ave maria”: “Santa Maria, Mãe de Deus,rogai por nós, pecadores agora e na hora de nossa morte”.
A DORMIÇÃO DE MARIA
Senhora da Boa Morte chegou aos cristãos do Ocidente, através da tradição cristã do Oriente, sob o título de “Dormição da Assunta”.
Isso acabou provocando a mudança do conteúdo temático do culto de 15 de agosto, para a “Dormição da Assunta”, já no início do século VI.
A tradição revelava que, a Virgem Maria teria entrado em “Dormição”, isto é, entrado no sono da morte rodeada pelos apóstolos.
O seu corpo imaculado foi levado por eles a um sepulcro novo no Getsêmani.
Três dias depois, eles voltaram ao local e o encontraram vazio e com odor de flores.
A Mãe fôra “Assunta”, isto é, subira ao céu em corpo e alma.
A Assunção de Maria , do ponto de vista bíblico , é totalmente possível, já que outros personagens também foram arrebatados por Deus ao céu como Moisés, depois de morto (Jd 1,9), Henoc que “pela fé, foi levado, a fim de escapar à morte e não foi mais encontrado, porque Deus o levara (…)” (Hebreus, 11,5), Elias que subiu num carro de fogo, e foi arrebatado por Deus, em corpo e alma. (II Reis, II, 1-11).
Se esses homens mereceram tal graça, porque a Mãe do senhor (Lc1,43) não, já que deu-lhe a carne e o sangue que nos remiu?
No século VII, o imperador Maurício prescreveu que essa festa mariana fosse celebrada em todos os seus domínios, como uma das mais importantes.
E finalmente, o Papa Sérgio I a introduziu na liturgia de Roma.
Desse modo, o culto “Dormição da Assunta” ou “Dormição da Mãe de Deus” alcançou toda a Igreja, do Oriente e do Ocidente.
A Igreja do Oriente, se dedicou ao culto da devoção da Mãe de Deus, até por ser a mais primitiva.

Muitas igrejas cobertas de ícones sagrados foram erguidas em todos as regiões, nesse período bizantino.
Os lugares sagrados, marcados pelos acontecimentos da Revelação do Mistério de Deus, foram guardados dentro de magníficos templos cobertos de ícones.
Os ícones não foram feitos para adornar o templo, são pinturas que representam os símbolos sagrados da Igreja e descrevem o Evangelho.
Assim, uma grande profusão de ícones invadiu a Igreja do Ocidente, especialmente os da Mãe de Deus.
A Virgem Santíssima, além de ser invocada e representada em “Dormição”, foi chamada de “Assunta”, como seu filho foi elevada ao céu, pelo mérito de Cristo, obtendo a Redenção corpórea.
Venerar a Boa Morte de Nossa Senhora sempre foi uma grande festa, para os cristãos.
Ela é a primissa da glorificação do corpo e da alma, assegurada por Cristo no final dos tempos, pois “Cristo ressucitou dentre os mortos como primícias dos que morreram” ( I Cor 15,20) e cada um ressurgirá “cada qual porém em sua ordem” (I Cor 15,23).
Assim, não há porque não crer na Assunção de Maria, visto que nem ” todos morreremos, mas todos seremos transformados” ( I Cor 15,51).
Antigamente o culto iniciava na véspera, com a deposição da imagem da Virgem “dormente”, num esquife e ficava exposta à visita dos fiéis até a manhã da festa, quando era retirada e colocada a imagem triunfal de Nossa Senhora da Assunção. Em algumas localidades essa tradição se manteve, inclusive nas Américas que herdou o culto dos missionários espanhóis e portugueses.
O dogma da Assunção de Maria só foi proclamado pelo Papa Pio XII em 1950, como conseqüência lógica de intensos estudos históricos e teológicos patrocinados pela Igreja ao longo desses séculos.
Papa Pio XII
Ele só fez coroar uma fé sempre professada universalmente por todo o Povo de Deus.
Oração à Santíssima Virgem para obter uma boa morte
Ó Maria, concebida sem mácula, orai por nós que a Vós recorremos.
Ò Refúgio dos pecadores, Mãe dos agonizantes, não nos desampareis na hora da nossa morte, mas alcançai-nos uma dor perfeita, uma contrição sincera, a remissão dos nossos pecados, uma digna recepção do Santíssimo Viático, a fortaleza, do Sacramento da Unção dos enfermos, para que possamos seguros apresentar-nos ante o trono do justo mas também misericordioso Juiz, Deus e Redentor nosso.
Amém.

Miguel, Miguel do amanhecer! O testemunho de um soldado


Esta é a história verdadeira de um fuzileiro naval – marine – americano que foi ferido durante a Guerra da Coréia em 1950. Escrevendo para sua mãe, ele conta a ela um fascinante encontro que ele teve na guerra.O Pe. Walter Muldy, um capelão da Marinha que conversou com o jovem fuzileiro e sua mãe, bem como com o comandante do grupo de combate, sempre afirmou a veracidade dessa narrativa. Nós a ouvimos de alguém que leu a carta original e relata aqui a história com todos os detalhes e o faz em primeira pessoa, para melhor transparecer algo do impacto que ela deve ter causado quando foi escrita pelo filho à sua mãe.
 
Querida Mamãe,
Estou escrevendo para a senhora de uma cama de hospital. Não se preocupe, mãe, eu estou bem. Eu fui ferido, mas o médico me disse que eu terei alta em breve.
A senhora se lembra daquela oração a São Miguel que a senhora me ensinou a rezar quando eu ainda era pequeno: “Miguel, Miguel do amanhecer,…” Antes que eu viesse para a Coréia, a senhora insistiu para que eu me lembrasse dessa oração antes de qualquer confronto com o inimigo. Mas a senhora na verdade nem precisava me lembrar, mãe. Eu a tenho sempre rezado, e após minha chegada na Coréia, eu a tenho recitado várias vezes por dia, enquanto estou marchando ou mesmo descansando.Mas não é isso que eu tenho a contar para a senhora, mãe. Algo aconteceu comigo que eu não ouso contar a ninguém mais por medo de que não acreditem. Mas eu tenho que contar à senhora, a única pessoa em quem posso confiar, apesar de que mesmo a senhora pode achar difícil de acreditar.
Bem, um dia, recebemos a ordem de sair para procurar uns comunistas. Era um dia realmente frio. Enquanto eu estava andando, eu percebi um companheiro andando ao meu lado, e eu olhei para ver quem era.

 Ele era um sujeito grande, um fuzileiro de mais de 1,80m, fisicamente bem constituído. Engraçado, mas eu não o conhecia, e eu achava que conhecia todos da minha unidade. Eu fiquei feliz por ter companhia e quebrei o silêncio entre nós:
“Frio hoje, não é?” Então, comecei a sorrir comigo mesmo porque eu percebi que era um tanto absurdo falar sobre o clima quando estávamos avançando para o inimigo. Ele também deu um leve sorriso.
“Eu pensei que eu conhecia todo mundo da minha unidade,” eu continuei, “mas eu nunca te vi antes.”
“Não,” ele concordou, “Eu acabei de me juntar ao grupo. Meu nome é Miguel.”
“Verdade?! É o meu também!”
“Eu sei,” o fuzileiro disse, “Miguel, Miguel do amanhecer…”
Mãe, eu fiquei realmente surpreso de como ele sabia sobre minha oração, mas eu a havia ensinado para muitos dos outros colegas, então eu pensei que aquele novato devia ter ouvido de alguém. De fato, a coisa se espalhou tanto que alguns dos meus companheiros estavam me chamando de “São Miguel”.
Então, do nada, Miguel disse, “Vamos ter problemas aí em frente.”
Eu fiquei pensando como eu poderia saber isso.
Eu estava respirando com força por causa da marcha acelerada, e minha respiração aparecia no ar frio quase como um denso nevoeiro. Miguel parecia estar em ótima forma porque eu não podia ver quase nada da respiração dele. Logo começou a nevar com força, ficando a neve tão densa que eu não podia ver nem ouvir o resto da minha unidade. Eu fiquei com um pouco de medo e disse, “Miguel!” Então, eu senti sua mão sobre meu ombro e ouvi sua voz no meu ouvido, “Logo a neve vai passar.”
E foi o que aconteceu logo depois.
Então, a pouca distância à nossa frente, como uma dessas terríveis realidades, estavam sete comunistas, parecendo até um tanto cômicos por causa dos chapéus engraçados que tinham. Mas não havia nada de engraçado com eles naquele momento; suas armas estavam firmes e apontadas diretamente na nossa direção.
“Abaixe-se, Miguel!!!” Eu gritei enquanto me jogava no chão para me buscar cobertura.
Eu já estava no chão quando olhei para cima e vi Miguel ainda de pé, como se estivesse paralisado pelo medo. Foi o que eu pensei na hora. Balas estavam voando para todos os lados, e mãe, não havia como aqueles comunistas errarem daquela pequena distância. Eu pulei para puxá-lo para baixo, então fui atingido. A dor foi como um fogo quente no meu peito, e à medida que eu caía, minha cabeça rodou e eu me lembro de ter pensado comigo mesmo, “Eu devo estar morrendo…”
Alguém estava por cima de mim, me cobrindo, fortes braços estavam me segurando e me protegendo gentilmente por entre a neve. Naquele atordoamento, eu abri os olhos, e o sol pareceu brilhar nos meus olhos. Miguel estava de pé, havia um terrível esplendor no seu rosto. De repente, ele pareceu crescer, como o sol, o esplendor crescia intensamente em volta dele como as asas de um anjo. Eu estava quase ficando inconsciente quando vi que Miguel segurava uma espada na mão. Ela brilhava com a força de um milhão de luzes.
Mais tarde, quando eu voltei a mim, o resto dos meus colegas veio me ver juntamente com o sargento.
“Como você fez isso, rapaz?” ele me perguntou.
“Onde está o Miguel?” Eu perguntei.
“Miguel quem?” O sargento parecia perplexo.
“Miguel, o fuzileiro grande que estava andando comigo, até a última hora. Eu o vi quando fui atingido.”
“Rapaz,” o sargento disse em tom sério, “você é o único Miguel na minha unidade. Eu pessoalmente selecionei vocês todos, e só há um Miguel: você. E rapaz, você não estava andando com ninguém. Eu vim atrás de você porque você estava muito longe de nós, eu estava preocupado.

 
“Agora me diga, rapaz,” ele repetiu, “como você fez isso?”

Era a segunda vez que ele me perguntava aquilo e eu já estava achando irritante.
“Como que eu fiz o quê?”
“Como que você matou aqueles sete comunistas? Você não atirou sequer uma vez com seu rifle.”
“O quê?”
“Vamos lá, rapaz. Eles estão todos espalhados à sua volta, cada um morto por um golpe de espada.”
E esse, mãe, é o fim da minha história. Pode ter sido a dor, ou o brilho do sol, ou o frio congelante. Eu não sei, mãe, mas algo que eu tenho certeza. Isso aconteceu.
Com amor, seu filho,

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Consagração – Armadura de Deus


 
Ser consagrado é tornar-se sagrado; é dedicar-se inteiramente a Deus. É sacrificar “algo” por amor a Deus. Ser consagrado é uma honra. É proteção; um escudo, uma armadura de Deus.
“Tu, porém, sê prudente em tudo, paciente nos sofrimentos, cumpre a missão de pregador do Evangelho, consagra-te ao teu ministério.” (Tim 4,4b).
Portanto, a consagração precisa ser levada á sério. Pois o compromisso assumido é com o próprio Deus.  O consagrado precisa refletir sobre seus erros, maus comportamentos. REPARAR com atitudes e não só palavras. Ter uma conduta santa diante de Deus. O consagrado precisa ir para a CLAUSURA INTERIOR, muito mais renunciado, com vida de oração mais intensificada.
*Confissão; Santa Missa; Comunhão; Penitências; Sacrifícios; Silêncio; Meditação da Palavra de Deus; Jejum; Clausura interior…

“Um bom comportamento repara os erros do passado.” L.R
 “Aquele que se rende a Deus por amor e com amor, Deus não deixa de atender o menor dos pedidos.” J.V
Precisamos ter mais visão de prioridade, o 
que nos leva a salvação. “Tudo é permitido, mas nem tudo convém.” (I Cor 6,12).
Aquele que se consagra deve desejar amar a Deus de todo o seu coração, obedecer seus Mandamentos e procurar consolar o Coração de Jesus Cristo  e Maria Santíssima.
Deus nos abençoe!

Nossa Senhora, Mãe da Divina Providência


O amor de Nossa Senhora pelas almas faz com que a Divina Providência lhes outorgue, através das mãos d’Ela, abundantes graças nas mais difíceis situações. Maria é Mãe de Deus e usa dessa condição para favorecer a cada um de nós.
Na verdade, em meio ao nosso peregrinar por esta terra de exílio, a razão de nossa confiança é a tutela da Providência Divina, exercida por meio de Nossa Senhora. Deus provê a cada um de nós em nossas necessidades espirituais e temporais, a fim de realizarmos aquilo para o que fomos criados, ou seja, cumprirmos nossa vocação.
Podemos nos perguntar por que Nossa Senhora é chamada a Mãe da Divina Providência. Ela o é, não por ter gerado a Providência Divina, e sim porque, segundo os desígnios do Altíssimo, está destinada a aplicar maternalmente os decretos d’Ele. Donde o governo de Deus sobre nós se fazer com uma plenitude de carinho, de comiseração, de afeto, que esgota de modo completo tudo quanto o homem possa imaginar.
O fato de termos uma Mãe que dirige nossa vida espiritual, nosso apostolado, nossas ações diárias é, pois, o motivo superior pelo qual confiamos.
São Caetano de Tienne terá sido de certo modo quem levou mais longe a confiança na Providência Divina. Com efeito, proibiu aos religiosos da ordem fundada por ele, queSEDES SAPIENTIAE - CATEDRAL SEATTLE - USA.jpg pedissem esmola: quando os teatinos precisavam de alguma coisa, deveriam ficar na rua, em atitude de oração a Nossa Senhora, certos de que Ela os atenderia. Quer dizer, colocavam-se inteiramente nas mãos da Divina Providência.
Sublime misericórdia do amor materno
Gostaria de chamar a atenção para o significado da palavra “mãe” e o alcance concreto que ela possui na questão da confiança.
Aquilo que sempre tornou sublime os laços entre a mãe autêntica e seu filho reside no fato de que ela, por sua natureza retamente desenvolvida, é levada a ter uma forma de dedicação à sua prole que nem o pai possui. Este, mesmo que seja ótimo, conserva em relação ao filho uma espécie de austeridade, pois representa de modo mais vigoroso certos princípios como a justiça, a ordem, a força, etc., mais próprio do elemento punitivo do casal.
Já o característico da mãe é demonstrar uma forma de carinho tal pelo filho que, mesmo nas ocasiões em que se impõe a ela admoestar o seu rebento, ela o faz mais suave e lentamente. Pelo contrário, é mais rápida em perdoar, em condescender, em esquecer, porque representa quase que só a misericórdia.
Na mãe, o traço de justiça se acha um tanto diluído, segundo a ordem natural das coisas, enquanto que o da indulgência é levado o mais longe possível. Daí haver, aliás, o perigo de o amor materno ocasionar alguma moleza, frouxidão, de tal maneira que, se não existisse o contraponto da figura paterna, a educação dada pela mãe, em numerosos casos, seria insuficiente.
O genuíno amor materno ama o filho porque é filho, ainda que este seja ruim; sobrepuja tudo e se vincula por misericórdia ao fruto de suas entranhas. Razão pela qual, todos têm em relação ao amor materno certas condescendências excepcionais, sabendo que ele pode atingir o mais alto grau de sublimidade.
Inimaginável ternura que regenera e santifica
Isto que diz respeito às mães terrenas, com maior propriedade se aplica a Nossa Senhora, exceto o perigo de demonstrar fraqueza e debilidade, que n’Ela não existem. Sua ternura para conosco é levada ao inimaginável, sem nenhuma cumplicidade com nossos defeitos. Compaixão, sim; complacência, não. Sem embargo do quê, segundo São Luís Grignion de Montfort, Maria Santíssima ama a cada um de nós mais do que todas as mães existentes no mundo amariam, juntas, um filho único. Isso diz respeito tanto a nós quanto a qualquer ímpio.
Nossa Senhora é Mãe da graça, e o amor d’Ela a um indivíduo ruim não consiste em fechar os olhos para sua maldade, mas em obter-lhe de Deus favores seletíssimos para que ele possa se arrepender e se emendar. Quer dizer, o amor materno de Maria tem força regeneradora para elevar e santificar uma alma; Ela é a Medianeira das graças necessárias para a justificação daquele a quem Ela ama. Por causa disso, sua misericórdia nunca é susceptível de uma condescendência errada, embora sua contemporização vá mais longe do que a de qualquer mãe terrena.
Confiar em Maria, sem desanimar jamais
A consideração dessas verdades me leva a insistir num ponto que nunca me canso de salientar: confiemos, confiemos e confiemos a todo instante em Nossa Senhora, lembrando-nos sempre de sua extrema meiguice para conosco, de sua compaixão para com as misérias de cada um de nós. Tenhamos presente que, na Salve Rainha, Nossa Senhora é chamada “Mãe de misericórdia”, e que o Lembrai-vos  acentua a bondade d’Ela para com o pecador arrependido.
Não receio parecer repetitivo ao renovar essas recomendações, pois uma vida espiritual que não as contemple acaba se extraviando. Sem nos compenetrarmos da misericórdia de Maria Santíssima, nada de bom faremos. Cultivando-a, nossa alma se cumula de confiança, de alegria e de ânimo. Tendo a Mãe da Divina Providência como nossa própria Mãe, nada nos deve abater. Ela tudo resolverá se, confiantes, implorarmos seu maternal socorro.
Nossa Senhora do Parto - Roma - Basilica de Santo Agostinho_.jpg

Oração a Nossa Senhora Mãe da Divina Providência;

Virgem Imaculada da Divina Providência, prostradas aos vosso pés, rogamos-vos com a confiança de filhas prediletas e pedimos-vos a graça de um particular auxilio. Ó Nossa Mãe Maria Santíssima, vede em quantas necessidades nos achamos, tanto espirituais como temporais.
 Ó vinde depressa, querida Mãe,e mostrai a todos que nos socorreis e consolais. 
MÃE DA DIVINA PROVIDÊNCIA,PROVIDÊNCI-AI AMÉM

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Linda história, para meditar.




Um menino de 10 anos estava parado, na frente de uma loja das sapatos olhando a vitrine e tremendo de frio. Uma senhora aproximou-se do menino e disse-lhe: “Meu pequeno o que você está olhando com tanto interesse nesta vitrine”.O menino então respondeu : “Estava pedindo a Deus que me desse um par de sapatos”.
A senhora o tomou pela mão e o levou para dentro da loja, pediu ao empregado que lhe desse meia dúzia de pares de sapatos para o menino. Perguntou ao empregado se poderia lhe emprestar um bacia com água e uma toalha.
O empregado trouxe-lhe rapidamente o que pediu. A senhora levou o menino à parte traseira da loja, retirou as luvas, lavou os pés do menino e secou-os com a toalha. Então o empregado chegou com os sapatos, a senhora pôs-lhe um par deles no menino e os comprou-lhe. Juntou o outros pares e os deu ao menino.
Afagou o menino na cabeça e disse-lhe: “não há dúvida que você se sente agora mais confortável”, o menino a abraçou, e quando ela já se voltava para sair o menino com lágrimas nos olhos lhe perguntou:
“A senhora é a esposa de DEUS ?